sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ASSIM VAI EL MUNDO

O 'EL MUNDO' elegeu o Sócrates o sexto homem mais elegante do mundo!
Quereria dizer arrogante ?
Não se enxergam estes socialistas do caviar, neo-burgueses de recente extracção, recém-polidos com lixa nº 3, cuja casca grossa não resiste três minutos, e que nunca tiveram acesso á verdadeira elegância de um Giscard d'Éstaing que, como dizia o 'Le Monde', "était le comble du chic, en recevant les journalistes le dimanche, au Chateau, en col roulé" ?
Decididamente, desta vez de Espanha não veio bom vento, deve ser da crise...

WEST SIDE STORY

Fui no sábado passado à estreia de mais esta encenação do La Feria, no Politeama.
Gostei da Ponte de Brooklyn com os carrinhos a passar, e do colorido e da encenação do bailado 'America".
O resto... igual a si próprio, déjà vu, e muito parecido com a "Canção de Lisboa"!
As vozes agradáveis e afinadas, mas hoje em dia melhor seria que não fossem!
Beleza física do elenco, menos que sofrível!
Decalcado na estética do filme, representação medíocre, guarda-roupa a desejar.
Ah, e a 'Maria' é ciosa !
You've seen one, you've seen them all !

FOBIAS

Tenho alguma facilidade em criar para mim próprio aversões e fobias, num primeiro momento apenas por que me ocorrem, depois por de algum modo servirem a minha comodidade, e por fim, porque acabam por me divertir.
No fundo são só chinesices.
As últimas:
- desde que tenho estores eléctricos gosto de os baixar ligeiramente à noite nas janelas expostas da casa, não vá vir uma bala perdida.
-desde que tomei plena consciência das possibilidades do Google Earth e similares evito ir à janela, para não correr o risco de ser apanhado por algum satélite.
Fazer o quê ?

GRANDE FRASE

A propósito das várias comunicações do PR sobre a sua idoneidade, em função do caso BPN / Dias Loureiro, disse Vasco Pulido Valente na sexta-feira passada na TVI:
"Toda a gente sabe e ninguém nunca pôs em dúvida que o Presidente Cavaco é absolutamente sério e incapaz de qualquer impropriedade, aliás, de espécie nenhuma!"

GRANDE FRASE

"A SIDA é uma doença do caraças !"
(ouvida na semana passada na SIC a um médico do Hospital Joaquim Urbano)

CONFUSÃO

Pelo objecto social, pelo público alvo, pela opção comum por mercados de produtos sumptuários, e pelas letras das respectivas siglas, são cada vez maiores os riscos de confusão entre a D&G e a CGD.
A grande diferença ainda é que, graças a deus, o Vitor Constâncio não supervisiona a primeira!

AS ENCOMENDAS

O que fazer a um simplório, sem estudos, que vá-se lá saber porquê enriqueceu, e de repente quer ter um high profile ?
Se fôr nacional, faz-se comendador; se fôr estrangeiro, cônsul honorário !
Em ambos os casos são geralmente cá umas encomendas...

ORIGINAL

Espantosa a nossa única estância de ski...
Quando há acessos, não há neve; e quando há neve não há acessos !

SEPARADOS À NASCENÇA

SEPARADOS À NASCENÇA

AS FAMÍLIAS JOÃO E JORGE

A ACTRIZ ADELAIDE JOÃO,
A ESCRITORA LÍDIA JORGE,
E A MINISTRA ANA JORGE!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

COPACABANA !

A IGREJA E A CULTURA POP

Na semana em que, sessenta anos mais tarde e vinte depois da morte do visado, o Vaticano perdoou a John Lennon a afirmação de que os Beatles eram mais famosos do que Jesus Cristo, invocando que era apenas uma declaração de um jovem suburbano deslumbrado com o sucesso, a diocese de Setúbal aceitou o patrocínio da Samsung para as vestes de Natal do Cristo-Rei, podendo ler-se o nome da marca em luzes azuis garrafais na base do pedestal do Altíssimo, como me fez ver no Domingo a minha sobrinha Maria II.
Let it be ...

A UNIÃO EUROPEIA

Entrei na mercearia, estava a escolher as rainhas-cláudias, e a mulher desata a refilar comigo, que isto não é à espanhola, escolhe com os olhos e não com as mãos.
Irritei-me, virei costas e fui ao café em frente comer uma francesinha e beber uma italiana, que vinha com duas belgas por sinal bem docinhas.
Saí para casa do Paulo  para me juntar à malta, pois era dia de sueca, e vi-me grego para atravessar a 5 de Outubro.
Antes de ir para casa fui ao Galeto comprar uns russos para o jantar.
Chego a casa, lavo as mãos, e não havia turcos para me enxugar. Para piorar fiquei com a torneira na mão, e a água a jorrar por todos os lados.  Fui buscar a chave inglesa e lá apertei a porcaria da anilha. Enxuguei o espelho e aparei as suiças.
Mudei de roupa, vesti uma camisa escocesa, e sentei-me, finalmente, à mesa a saborar o delicioso cherne com molho holandês.
Experimentem agora traduzir este texto para qualquer das línguas oficiais da União Europeia, e compreendam, pelo absurdo, bem sei, o valor da diversidade, que irremediavelmente se perde se e quando tudo vier a ser uniformizado!

A BIA DA BIA

Nos anos 70 os teenagers não tinham as facilidades de hoje em dia. Bem sei que os cigarros não eram tão caros, mas também não tinhamos semanadas que nos permitissem sustentar o vício.
Então eu e os meus dois irmãos rapazes instituimos um sistema que nos permitia fumar ao ritmo desejado, reduzindo em 2/3 o número de cigarros gastos.
Básicamente, por cada três cigarros apetecidos, o dono do maço apenas acendia um.
Vejamos: de cada vez que algum de nós acendia um cigarro, o primeiro dos outros que disso se apercebia gritava bem alto "Dá-me a bia !", ficando automáticamente com direito às quatro últimas passas do já curtíssimo SG Filtro. 
O pior que podia acontecer, e geralmente acontecia, era o terceiro então pedir ao segundo "dá-me a bia da bia", o que obrigava este a refrear-se na duração e intensidade das suas quatro passas para não aquecer muito o então já supositório, passando ao derradeiro uma sumidíssima beata, que antes de chegar ao muito prensado filtro já só tinha uns parcos vestígios de tabaco por queimar, mas que saciava o apetite por mais algum tempo.
No fundo o segundo e terceiro fumadores faziam algo parecido com o que no mercado de capitais se chama 'compra de futuros'. Mas apenas a curto prazo, pois no nosso sistema não valia reservar futuras "bias" ou "bias de bias" de cigarros ainda não acesos.
Quer isto dizer que o acto de fumar era, entre nós, altamente policiado, pois tinhamos que estar atentos ao acender do cigarro dos outros, que naturalmente não avisavam, e depois controlar, o segundo, a dimensão da "bia", e o terceiro, a dimensão e o estado da "bia da bia".
Mas havia entre nós um forte código de honra e de respeito, já que aquele que não respeitasse os futuros adquiridos dos outros, sabia de antemão que as represálias se fariam sentir impiedosamente sobre a sua próxima expectativa de aquisição.
A esta distância, verifico que fumar era, para nós, um pequeno inferno, factor de enorme stress, e a ideia do cigarrinho relaxante que se associa à ingestão da nicotina estava a anos-luz do que experimentávamos.
Talvez por isso, pela reminiscência traumática, é que o Pedro deixou de fumar, e o João já não fuma dentro de casa !

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O APURADO SENTIDO DO DISPARATE

As gaffes sempre me divertiram.
Quando a gaffe é do domínio público, diplmática, oficial, então, mais divertido fico, aí pela história em si.
São as Sarah Palin, e as Manuela Ferreira Leite deste mundo, para falar nas mais recentes, e muitos mais nomes haveria para dar.
Conta-se, por exemplo, que quando o Marcelo Caetano foi exilado para o Brasil, a seguir ao 25 de Abril, a primeira dama daquele país, num jantar oferecido em sua honra, e tentando fazer charme, não se lembrou de melhor forma de iniciar conversa do que dizendo: "Linda vossa revolução, com cravos né ?"
Conta-se também que o Mário Soares em campanha eleitoral pegou num anão ao colo, tomando-o por uma criancinha.
Mas o que me fascina não são tanto as histórias em si, mas a atracção do abismo que caracteriza o gaffeur.
gaffeur é aquele que, involuntáriamente, tem um apurado sentido do disparate!
É disparate, não pode fazer, sabe que não pode fazer e ... FAZ!
A razão do meu fascínio tem a ver com o facto de um dos meus irmãos ser assim, desde pequeno: tem o condão da frase errada na altura certa.
É que a consciência do que não deve fazer está-lhe fortemente presente no espírito, às vezes até foi avisado, mas por algum processo diabólico aflui-lhe à boca, transmite-se-lhe aos membros e, num abrir e fechar de olhos, sem que o possa evitar, corporiza-se na gaffe.
É delicioso !
E fascinante, não ?

O LADRÃO DE CASACA

Pela segunda vez, a justiça portuguesa decretou a prisão de um banqueiro.
A primeira vez foi o Alves dos Reis, com a duplamente saborosa burla da falsificação das notas de quinhentos escudos, quer pela criatividade quer pela circunstância de o burlado ter sido, irónicamente, o mesmo Banco de Portugal, que agora é supervisor mas que, como o boi, é sempre o último a saber.
Desta vez, a vigarice é duplamente deprimente: pela mediocridade e porque os burlados fomos todos nós!
Estamos claramente a baixar de nível ! 
Que saudades do ladrão de casaca, do gentleman cambrioleur, do génio do mal, do burlão artista, divertidos, criativos, literários ...

O PATETA ALEGRE

Depois do 'Homem da Regisconta', temos agora o Albertino Henriques da Silva a promover os carros eléctricos da Nissan-Renault.
E numa altura em que, pela primeira vez, o desemprego aumentou no verão e dois de cada dez de nós já passam fome, continua a apregoar a excelente performance da economia portuguesa.
Não é optimismo, é inconsciência e alienação !
Sugiro ao criativo Manuel Pinho que inventou o "Allgarve", que pense em começar a promover
"Poortugal" !

LOVE WAS IN THE AIR

Jantaram hoje cá em casa vários parzinhos de namorados.
Ouviam-se passarinhos.
Já não me lembrava bem como era ...

THRILLER

Estreia em Londres, no West End, a 2 de Janeiro, o musical Thriller Live, dispensando o nome e as imagens outras referências.
Quero ir !

AO QUILO É UMA MARAVILHA !!!

Depois da maior feijoada do mundo, do maior bolo-rei e de uma série interminável de outras alarvidades que colocam Portugal no mapa-mundo, lá temos em Lisboa e Porto mais umas árvores de Natal dignas de registo no Guiness.
Presentemente, enquanto português no mundo, apenas me orgulho da Mariza e da Vista Alegre.
Mas não deixo de ficar perplexo com a idiossincrasia deste povo do fado e da anedota fácil, aldrabão, pouco asseado, preguiçoso e desconfiado, que insiste em dar nas vistas pela quantidade e pelo tamanho!
Como dizia o outro: "Aquilo é que são umas bestas, hein ?"

SANGRAR-SE EM SAÚDE

Foi a expressão que o Marcelo Rebelo de Sousa usou para caracterizar o comunicado de hoje do Presidente da República a dizer que nada teve alguma vez que ver com o BPN, aproveitando ainda para esclarecer descritivamente, sem que nada o justificasse, a total higiene das suas finanças e poupanças, e das da Maria.
Gostei muito da expressão, que não conhecia!

O RAPAZITO

É como me refiro à criatura: o rapazito!
Porque ele tem um indisfarçável ar de explicador, daqueles que são alunos muito aplicados que dão explicações à hora para ganharam um dinheirito, são humildes, acordam cedo, moram longe, e até ajudam a mãe nas despesas.
Foi a minha mãe, que não teve ajudantes mas apenas filhos, que criou o termo para um explicador de matemática que o meu irmão teve, de quem dizia que o rapazito tem muito valor e até é ben educado, vocês são é parvos.
Já a Dona Odete, outra explicadora que tivemos, julgo que de francês mas não garanto, que não andava, mas pululava, e que nós imitávamos seguindo-a à saída até à porta, era mais o género da presidente da câmara de Almada, sempre com o cabelo muito arranjado, em capacete.
Não me esqueço que para a chatear, resolvemos um dia subir para cima do armário do escritório onde ocorriam as explicações, e quando ela chegou desatámos a recitar:
"Les paquerêtes, une à une,
La neige tombe, en grelottant!"
enquanto atirávamos para cima de uma Dona Odete estupefacta, cobrindo-a por completo, um montão de papéis rasgados que faziam de neve, e que se entrenhavam até ao escalpe na sua enervante cabeleira!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

BRITCOM

A comédia inglesa mantém a qualidade e está cada vez mais feminina !
Em Portugal está ainda por aparecer uma revelação, pois a Ana Bola é sofrível, e a Maria Rueff como autora foi um flop !
E a mim, como espectador, constrange-me sempre mais ver uma mulher a fazer comédia sem graça, vá-se lá saber porquê ...

DRESS CODE

Estou confuso!
Julgava que na redacção da SIC Notícias havia apenas um fatinho de gangster que o Adelino Faria usava à semana, ia a limpar ao Sábado, e o Rui Santos usava ao Domingo.
Agora o Adelino foi para a RTPN, e o fatinho é o mesmo!
 Alguém me explica ?

WORLD POLITICS

Enquanto a Europa procura uma saída para a crise ...
Na América os Obama já vão a caminho da Casa Branca !
*A segunda laracha é do frutaeverdura.blogspot.com

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

AS PARTIDAS DO CÉREBRO

Na semana passada comeu-se cá em casa o primeiro bolo rei do ano. E, no mesmo dia, foi inaugurada a decoração de Natal do Cristo-rei, que se vê da minha casa de jantar, o que foi objecto de comentário.
Pois durante o jantar, por duas ou três vezes, quis dizer Cristo-rei e saiu-me bolo rei.
Não sou disléxico nem trapalhão, tenho razoável fluência de linguagem !
Mas não consegui evitar que isto acontecesse !
Há uma actividade meramente mecânica do cérebro que podemos controlar mas, pura e simplesmente, não controlamos, que geralmente nos facilita a vida, mas às vezes nos prega destas partidas ...
Naquela noite, deu a louca na gavetinha da minha cabeça onde estão guardados os termos compostos com a palavra "rei" em segundo lugar, ou os termos e ideias referentes ao Natal, ou ambos, ou se fundiu um fusível de função, ou houve um curto-circuito, ou nada disso e estou apenas senil, alguém me explique.
Ocorre-me agora que já várias pessoas me relataram que quando têm que ler um texto em público, às vezes vão ainda nas primeiras linhas da folha, mas pressentem logo que lá mais para baixo há uma certa palavrinha atrevida em que vão tropeçar, a ideia apodera-se delas, a palavra nada tem de difícil ou especial, mas a verdade é que quando lá chegam acabam sempre por se espalhar ao comprido.
Ocorre-me também que ás vezes na rua vejo ainda ao longe um estranho com quem me vou cruzar daí a a escassos segundos, vem-me ao espírito a possibiliade de colisão, e o facto é que quando chega o momento do cruzamento sou magneticamente atraído para cima dele; e em seguida, para piorar, geralmente desviamo-nos os dois para o mesmo lado, prolongando ainda mais o embaraço da situação. 
O pior é que eu já sabia desde lá de trás que aquilo ia acontecer, e mesmo assim não fui capaz de evitar !

CONSTATAÇÃO

Reparo que fui constatando ao longo da vida que os canhotos são, em geral, pessoas especialmente espertas, rápidas, dotadas de espírito !
E os surdos divertidos!

O PRECONCEITO ... E OS PUNS

Julgo que, em rigor, não se pode vencer o preconceito, justamente porque ele é prévio à actividade de conceptualização que conduz ao resultado negativamente valorado. 
Já vem de trás, e por isso não há mecanismo racional que retroaja ao momento da sua formação.
Penso que terá na origem qualquer coisa como a tal inteligência emocional que António Damásio revelou no Erro de Déscartes.
Ou seja, os preconceitos são inelutáveis, pelo menos se e enquanto a mesma inteligência emocional que por misteriosas e insondáveis razões os criou, não decidir matá-los.
E não se iludam, todos os temos !
Podemos é, com o equipamento que trazemos, desenvolver processos para o camuflar, através do respeito, da abstenção e da tolerância.
As pessoas a que chamamos preconceituosas, no fundo são apenas pessoas conflituosas, que não se coibem de exuberar através de comportamentos ostensivos aquilo que, com um pouco de inteligência, deviam guardar só para si.
Nessa medida não diferem muito dos arruaceiros, dos provocadores.
O segredo está em compreender o que é que é aceitável que a sociedade exija que reprimamos em nós, e aceitar estoicamente essa amputação.
O que, aliás, não me parece muito difícil.
O preconceito está para o espírito como os gases estão para o corpo, dispensando-me de descrever o paralelismo, que fácilmente se alcança através da simples releitura do texto com substituição da palavra 'preconceito' pela palavra 'pum', e fazendo corresponder ao corpo as menções feitas aos processos mentais.
Ora vejam lá!