segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O PRECONCEITO ... E OS PUNS

Julgo que, em rigor, não se pode vencer o preconceito, justamente porque ele é prévio à actividade de conceptualização que conduz ao resultado negativamente valorado. 
Já vem de trás, e por isso não há mecanismo racional que retroaja ao momento da sua formação.
Penso que terá na origem qualquer coisa como a tal inteligência emocional que António Damásio revelou no Erro de Déscartes.
Ou seja, os preconceitos são inelutáveis, pelo menos se e enquanto a mesma inteligência emocional que por misteriosas e insondáveis razões os criou, não decidir matá-los.
E não se iludam, todos os temos !
Podemos é, com o equipamento que trazemos, desenvolver processos para o camuflar, através do respeito, da abstenção e da tolerância.
As pessoas a que chamamos preconceituosas, no fundo são apenas pessoas conflituosas, que não se coibem de exuberar através de comportamentos ostensivos aquilo que, com um pouco de inteligência, deviam guardar só para si.
Nessa medida não diferem muito dos arruaceiros, dos provocadores.
O segredo está em compreender o que é que é aceitável que a sociedade exija que reprimamos em nós, e aceitar estoicamente essa amputação.
O que, aliás, não me parece muito difícil.
O preconceito está para o espírito como os gases estão para o corpo, dispensando-me de descrever o paralelismo, que fácilmente se alcança através da simples releitura do texto com substituição da palavra 'preconceito' pela palavra 'pum', e fazendo corresponder ao corpo as menções feitas aos processos mentais.
Ora vejam lá!

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