sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A ORELHA GUICHA

Ouvi ontem, na boca de António Lobo Xavier, pela primeira vez a expressão "orelha guicha", que desconhecia mas que achei saborosíssima, por se estar mesmo a ver o que significa!
Os dicionários dizem que, aplicada ao ser humano, é a orelha arrebitada, sempre pronta a escutar!
Achei particular graça, porque Guixa é também o petit nom de uma querida amiga de infância, práticamente uma irmã, que recentemente passou a visitar o Queixocaido, e que bem conhece alguns relatos aqui deixados!
Por isso, Guixa querida, a partir de agora, ao que aqui escrevo, olhos bem abertos ... e orelha guicha!

VENDEDOR DA TV SHOP

O PM é uma vergonha para o país, quando anda, todo contentinho, a distribuir computadores em cimeiras internacionais, promovendo-os como "uma espécie de TinTin, para ser usado dos 7 aos 70 anos, todos os meus assessores têm um e fazem tudo com ele".
É de um ridículo atroz!
Já quando, há uns tempos, o vi todo ufano para as televisões ao volante de um VW EOS, quando deu benesses à fábrica de Palmela da Ford-Vw, achei altamente indigno.
Porquê, em nome de quem, e a troco de quê, é que este mau vendedor da TV shop se comporta assim com as vestes do Estado português ?
Contráriamente, achei de grande inteligência e humor quando Mikahil Gorbachev vendeu a sua imagem no primeiro anúncio da McDonalds na ex-URSS.
Só que quando o fez, já não era Presidente!
Ah, e quando foi Presidente protagonizou a glasnost e a perestroika!
Acho este comportamento do Sócrates, alarve, bronco e indigno!

ENCANTADORA...

... foi o que achei da Madalena Iglesias, na conversa que teve com Judite de Sousa ontem, na "Grande Entrevista" da RTP 1.
Foram 40 minutos muito bem passados, a cantora transportou-nos no tempo, porque está muito bem, e conservou uma ingenuidade e inocência absolutamente encantatórias, que até o actual penteado reflecte.
Confesso que estava de pé atrás, por achar que seria uma entrevista para encher chouriços, à falta da disponibilidade de outro convidado da área política ou económica, que tivesse mais a ver com a actualidade e o formato do programa.
Mas percebi rapidamente o interesse público nacional da conversa, pois com ela recriaram-se na nossa memória um país, uma mentalidade e uma forma de vida que foram deixando de existir sem darmos por isso, mas que deixaram saudades!
A Madalena é educada, fala baixinho, com emoção, tem histórias de vida com interesse e sabe contá-las, mas não faz questão de o fazer... a menos que alguém queira ouvi-las.
Se a convidaram, porque não ?
A Judite esteve muito bem, afável, intimista e interessada!
Só não compreendo é como é que alguém, jornalista, que já vi entrevistar o Aznavour em francês, pode dizer "cupe de fudre" (foi assim que pronunciou).
Será possível ser-se tão marrão que se adquire um tal domínio de uma língua que permita manter uma entrevista em televisão, mas se desconheça em absoluto a sua sonoridade, como ela é falada e ouvida, e como foi divulgada na canção, no cinema e na literatura ?
É que chamar "cupe de fudre" ao coup de foudre, não é má pronúncia: é ignorância mesmo !
Gostei muito!
Dixit!

POUPEM-NOS AS SECREÇÕES

Primeiro, foi o Madaíl, aqui há uns dias, a justificar com uma demorada 'mijinha' o seu abandono intempestivo do estádio quando a selecção perdeu indecorosamente já não sei com quem!
Agora é o Loureiro dos Santos a invocar a 'saliva', para negar aos jornalistas resposta a mais explicações sobre anteriores meias frases.
Por favor, velhadas postiços, quando falarem para a televisão, poupem-nos as secreções, pois alguns de nós jantam durante as notícias!
Que escarros...

DELFINA, O ELEVADOR E O ADAMASTOR...

A Delfina é uma grande amiga transmontana, de idade próxima à minha, com o cabelo pintado de loiro solto sobre as costas até à cintura, que hoje vive em Capeludos, na montanha perto de Chaves, mas que durante cerca de dez anos viveu connosco, pois veio trabalhar na minha antiga casa, e depois veio inaugurar a minha casa actual, quando me mudei para um andar alto de um prédio em Lisboa.
Pois a querida Delfina, nos primeiros tempos da casa nova recusava-se a andar de elevador, alegando medo, tendo largos meses galgado dez andares carregada de compras, dizendo que isto de elevadores é p'ró menino Vasco que está habituado a estas coisas da cidade, que lá em Chaves nunca andei em tal geringonça!
Foi uma guerra hercúlea para a levar a vencer a sua limitação, mas a verdade é que, determinada como era, e após se aventurar em várias subidas acompanhada, lá pelo Natal de 1996 superou, gostou e deixou de ter que vencer os vinte penosos meios lances de escadas para entrar em casa.
Uma bela manhã, dois meses mais tarde, morreu o vizinho do andar de baixo, e os gatos-pingados só conseguiram meter o caixão de pé no monta-cargas do prédio, deixando a porta fechar-se enquanto um deles descia para chamar o elevador e estivar o defunto.
Aconteceu que, à mesma precisa maldita hora, a boa da Delfina, desconhecedora do que se passava, preparava-se para ir à praça e, antecipando-se ao cangalheiro, chamou de cima o elevador, que naturalmente obedeceu primeiro ao seu premir do botão, e viu-o chegar através da luz no vidro fosco da porta durante a desaceleração e travagem da caixa ascendente.
Quando a máquina se imobilizou e ela abriu mecânicamente a porta, com o solavanco, o caixão abriu-se de par em par revelando o cadáver do velho em todo o seu esplendor, e tombou em direcção à Delfina, que, espavorida, gritou, atirando o carrinho das compras para um lado, a porta do elevador para outro, fugindo a sete pés para dentro de casa, e dando três voltas à chave.
Foram mais uns meses valentes até que voltasse a meter-se naquela coisa, nunca tendo deixado de ter visões da alma penada, com as mãos postas, em direcção a ela.
A Delfina era, e julgo que ainda será, um espírito dotado de grande curiosidade, e aproveitava sempre todas as suas folgas de domingo para, sózinha, ir logo de manhã, muito cedo, ver tudo o que a grande cidade tinha para a deslumbrar: foi sózinha conhecer a Expo 98, onde andou de teleférico (!!!), o Jardim Zoológico, toda a espécie de monumentos, a casa da Amália quando se tornou museu, e sei mais que rol de coisas e locais.
A verdade é que quando eu acordava das noitadas de sábado tinha invariavelmente um relato excitado das suas peripécias por essa Lisboa, que já fazia o meu prazenteiro programa de começo de domingo; e, não raras vezes, tinha também um mimo das muitas pastelarias da cidade, uns pastelinhos de Belém, ou outra ternura qualquer.
Certa manhã de Domingo, resolveu a loira transmontana ir conhecer o Museu de Cera, que tinha aberto recentemente ao pé da Doca do Espanhol, e que andava a ser publicitado por flyers nas caixas de correio e nos pára-brisas dos carros nas redondezas.
Nesse dia, quando acordei tinha uma Delfina lívida, ainda em estado de choque, e nada de pastelinhos de Belém.
Parece que à hora vespertina a que chegou ao Museu teve ainda que esperar que abrisse, e depois de pagar o bilhete, entrou e apercebeu-se que estava sózinha entre as figuras de cera ali representadas.
Ainda gostou de ver o Dom Afonso Henriques, o Dom Dinis, a Rainha Santa, o Condestável e a Padeira de Aljubarrota, Dom Pedro e Dona Inês, e constatou que as luzes dos corredores se iam acendendo à medida da sua passagem.
A última figura de que se lembrava era de Camões, com uma pala no olho e Os Lusíadas numa mão.
Segundo só consegui apurar algum tempo depois, o que aconteceu em seguida foi que a inefável visitante solitária do museu passou à figura seguinte, e confrontou-se nem mais nem menos do que com um gigante Adamastor enriquecido por um jogo de luzes interiores e de sons, que com uma transfiguração fantasmagórica e voz cavernosa lhe terá dito "mais além não passarás, pois só encontrarás tormentas!".
E ela não esteve de meios, perninhas para que vos quero, fugiu daquele lugar assustador, e só parou para olhar para trás à porta de casa, a meio da Infante Santo, figura que aliás não chegou a ver...
A Delfina voltou para a terra já há quase seis anos, para casar tardiamente, ao que pude assistir, mas foi daqui com a sua maior realização pessoal: a carta de condução tirada à primeira!
Hoje, falamo-nos com a regularidade das efemérides, mas nunca mais a vi, e tenho muitas saudades dela ...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

58.400.000,00 EUROS EM 2008 ATÉ AGORA!!!

Era como se vê na fotografia o autêntico circo montado à porta de minha casa na madrugada de 6ª para sábado, entre as 3 e as 8 da manhã, com os inerentes apitos, travagens, arranques, sirenes, alti-falantes, gritos, discussões e sei lá mais o quê!
Diz a imprensa de hoje que o montante referido no título foi o produto da caça à multa de trânsito.
O Estado já percebeu que a caça à multa com chuis mal pagos permite financiar os seus desvarios perdulários.
Por isso, o OE para 2009 prevê um aumento de 28,6 % deste tipo de receita!
Preparem-se, pois, que por aqui ganha-se mal mas paga-se bem!
Mas tem de ser à minha porta ?

SUGESTÃO...

Não haverá um voluntarioso camionista que passe com os seus dezoito rodados em Torres Vedras e colha a pequena Esmeralda à saída da creche ?

Insurjam-se! Rebelem-se! Não deixem!

Não é por ser em frente da minha janela de onde vos escrevo, mas se o Governo levar por diante a escandalosa entrega de mão beijada, a preços de saldo, ao enervante beirão de Contenças dos 'ésses' sibilados, do direito de empilhar 15 metros de contentores na Gare de Alcãntara, mesmo debaixo da ponte, então é porque se perdeu de vez a mais pálida sombra de vergonha em Portugal!
Já ouvi hoje a Helena Roseta, o Miguel Sousa Tavares e o Júdice a espingardarem.
O último não me parece muito autorizado!
Lisboetas: Insurjam-se! Rebelem-se! Não deixem!

ALGUÉM ME EXPLICA?

... a lógica de umas notícias que agora se ouvem com frequência relatando o fecho de fábricas de automóveis na quinta e sexta da próxima semana, por quebra da procura ?
Quer dizer, montam unidades gigantescas onde investem milhões em linhas de montagem altamente tecnológicas, negoceiam facilidades com os governos locais, mudam de país se fôr caso disso, contratam centenas de trabalhadores, já encomendaram os materiais, e agora quinta e sexta da semana que vem desligam a máquina, mas segunda feira já a procura do Mégane voltou ao costume e volta tudo ao normal ?
E porque não aproveitarem para fazer uma limpeza a fundo, uma desratização, substituir aquela janela que não veda bem, sei lá, dar uma a tarde ao pessoal, ou a manhã às mães ?
Será que aqueles dois dias p'rá semana resolvem mesmo o problema?

TEATRO VASCO SANTANA...

Hélas!

TEATRO MARIA VITÓRIA...

TEATRO MIRITA CASIMIRO...

TEATRO MARIA MATOS...

AUDITÓRIO BEATRIZ COSTA...

O TEATRO de LAURA ALVES...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

AUDITÓRIO EUNICE MUÑOZ...

TEATRO ARMANDO CORTEZ...

TEATRO-ESTÚDIO MÁRIO VIEGAS

TEATRO SÁ DA BANDEIRA !

SABIA QUE...

o salário mínimo na Grécia é, hoje, de 872 euros ?

ALCATEIA!

Já reparou que
Há sempre, por todo o lado, um Lobo Antunes desconhecido que espera por si ?

ALGUÉM TE PERGUNTOU QUANTOS ANOS TINHAS?

Então porque é que não te ensinou que 'foda' não leva acento ?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

GUY RICHER

Entre as mansões, a fortuna e os órfãos, este english gentleman já fez saber que não vai criar problemas no divórcio de Madonna, estando magnânimamente disposto a dar de frosques por apenas  £ 60.000.000.
Tu aplica-me bem esse dinheirinho, que a crise está braba  e a sorte não bate duas vezes...
Os amigos lá no pub que a Mulher lhe montou já o tratam, com malícia, por Guy Richer!

ATAVISMO LÍRICO

O seu atavismo lírico não faria de Manuel Alegre um bom Presidente da República!

NARCISISMO LUNÁTICO!

O seu narcisismo lunático, não faria de Marcelo Rebelo de Sousa um bom Presidente da República!

ACADEMIA PORTUGUESA DAS LETRAS

O primeiro, distraídos leitores, é óbviamente o larápio do computador de Miguel Sousa Tavares!

FACTURAR À PALIN

Depois da ida ao SNL, estão esgotados na maioria do território norte-americano as máscaras e os outfits de Sarah Palin, para o próximo Halloween!
A Governadora do Alaska já percebeu o filão comercial em que vai converter a sua patética incursão na alta política, que não há crise que detenha.
God bless America!

HUMANAMENTE INEXIGÍVEL

Para além do humanamente exigível, o Leo, um cão ausatraliano de Melbourne, teve de ser reanimado com oxigénio depois de arriscar a vida para salvar uma ninhada de quatro gatos num incêndio, segundo ouvi agora no telejornal da SIC.
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Também, de acordo com o mesmo jornal, uma viúva e os seus três filhos da católica cidade de Sevilha, foram esta semana condenados em juízo a pagar à amante de seu falecido marido e pai uma quantia de 35.000 euros, por ter ficado estabelecido que este fez essa liberalidade à sua tenida y mantenida.
Indignada, inconformada e públicamente vexada, à saída do tribunal, a viúva gritava aos sete ventos e à Macarena: "Cornuda y apaleada!"
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A grandeza está, evidentemente, na inexigibilidade!