Amor é amor, conhaque é conhaque, diz-se vulgarmente, sem razão nenhuma!
Porque cognac é amor!
O cognac é uma aguardente proveniente da dupla destilação de grandes vinhos brancos da região com o mesmo nome, depois envelhecida em carvalho.
A sua forja é, já em si, um acto de amor. Como acto de amor são o batismo, o tratamento, a embalagem, a marca e a protecção de origem que lhe são dados posteriormente.
O Armagnac provém de processo idêntico, mas à base de vinhos brancos correntes, oriundos das regiões de Gers e Les Landes, e das castas Saint-Émilion, Folle Blanche, Jurançon e Columbard.
Outro tanto se diga do Calvados, este feito exclusivamente à base de sidra fermentada, extraída do suco da maçã, e tem origem na Baixa Normandia.
São grandes e requintados digestivos franceses, caros, naturalmente caros, e devem ser bebidos como acto de amor, só quando apetecem e se está muito confortável, bem jantado e em excelente companhia.
De preferência no inverno, e au coin du feu.
Vai rareando quem os tenha em casa para os dividir com um convidado.
Por minha parte, gozo do privilégio de ser recebido com frequência em certo salão p'rás bandas de São Bento onde, depois do manjar, me espera sempre um Rémy Martin.
Já chamo, por graça, àquele local a Rua dos Prazeres!
À tout seigneur, tout honneur...
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